quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Ventura





Talvez por causa da recente "mini-turnê" dos Los Hermanos e de ter assistido ao show do SWU no You Tube, ou só porque bateu vontade mesmo, resolvi ouvir recentemente o disco "Ventura". Fazia muito tempo que não colocava nenhum disco deles pra tocar -  tinha até enjoado um pouco, confesso.
Aí fui ouvir o Ventura... e um filme foi passando a cada música. Como esse disco me marcou. Como me identificava - e ainda me identifico, de certa forma - com aquelas músicas. E como ouví-lo me faz também lembrar muito dos tempos da faculdade.
A música tem essa capacidade de marcar momentos e associar-se a estes nas nossas mentes. É uma de suas características mais interessantes, sem dúvida.
Após esse disco comecei a prestar mais atenção em MPB, comecei a tirar as músicas no violão e aprendi um monte de acordes novos. Um acorde diminuto era uma novidade e tanto pra mim naqueles tempos... praticamente reaprendi a tocar violão. Isso me fez evoluir muito como instrumentista (Fora que pra impressionar as garotas que também curtiam a banda era muito útil saber tocar aquelas músicas ao violão hehehehe) .
Acho que certos discos nos marcam porque talvez apareçam em nossas vidas no momento exato. Falando as coisas certas pra aquele momento específico e, assim, tornando-se trilha sonora de uma época.
Esse foi um dos últimos álbuns realmente marcantes pra mim. Foi um dos últimos que me lembro de ter gostado logo de cara, de ter colocado pra tocar de novo após ter terminado. De ouvir sem pular nenhuma música. De ouvir até quase fazer outro furo no CD. De ter músicas que  chegaram a me emocionar de verdade.
Quero muito que apareçam outros discos que me façam ter a mesma atitude: que me causem uma identifição imediata, que eu goste de todas as músicas e não só de algumas poucas, que estas sejam instigantes, emocionantes e quaisquer outros adjetivos positivos que se possa atribuir, que estas me façam ouvir e ouvir o álbum por mais do que uma semana, mais que um mês.
Porque parece que as coisas estão assim agora: conheço o trabalho novo de uma banda, gosto, ouço por um tempo (uma, duas semanas, ou pouco mais), depois vou ouvir outra coisa e vou deixando de lado o disco anterior. E pelo que percebo, isso não é só comigo, é uma tendência dos novos tempos: está tudo muito imediato, até mesmo superficial. E imediatismo e superficialidade em música não é legal...

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