sábado, 30 de junho de 2007

O recesso,fim, intervalo ou sei lá dos Los Hermanos

Nos últimos tempos, nos diversos veículos jornalísticos que tratam de música - e de rock- um dos assuntos mais abordados é o do "recesso por tempo indeterminado" dos Los Hermanos. Não só nesses meios, mas também em comunidades do Orkut e discussões entre as pessoas que gostam de música de uma forma além da mera audição no som de suas casas.
Bem, apesar de ser fã da banda em questão, acho que muito do que se veicula é muito barulho por pouco;quer dizer, as coisas atingiram, dependendo da onde se lê ou de quem fala, uma proporção quase cataclísmica, se é que essa é a palavra certa pra expressar meu raciocínio. Tem muita gente por aí amargurada, triste, revoltada pela atitude dos caras, pessoas que estão meio que sentindo-se traídas ou algo assim. Eu acho que não é por aí.
Prefiro manter uma opinião menos emocional em relação a esse assunto, opinião que muitas pessoas conhecidas minhas também tem, e que muitas delas chamam, com uma certa dose de exagero, de uma opinião "madura" ou "racional". Exagero mesmo: se eu fosse melhor que todo mundo e, portanto, mais "maduro" ou "racional", não estaria sendo mais um escrevendo e dando opiniões sobre esse assunto... iria falar de política, aquecimento global ou algo assim.
Bem, voltando ao assunto da pauta: eu acho que os caras tem todo direito a um descanso, já que não são ídolos inatingíveis de um panteão superior, e sim seres humanos comuns, cuja diferença é comporem ótimas músicas, ter quatro discos gravados e fazerem turnês por aí. E outra: quem garante que a inspiração faltou porque o "tesão" por estarem tocando juntos também arrefeceu? daí é melhor mesmo dar um tempo a lançar um disco burocrático para cumprir uma obrigação contratual com a gravadora e, portanto, colocarem no mercado um disco ruim, forçado.
E, se a banda acabou, também não acho motivo para desespero. A música brasileira, que já tem muito tempo não anda lá essas coisas, pode ter perdido uma ótima banda, mas sabemos que ganhou ótimos compositores que podem ter uma projeção bacana em suas respectivas possíveis carreiras-solo. Reforçando o que escrevi acima, é melhor que a banda acabe assim, no auge, do que tornar-se paródia de si mesma, como muitas bandas por aí tem se tornado. O lado ruim: vai ter muita banda-clone aparecendo por aí pra preencher o espaço deixado pelos Hermanos... com o aval ou não de gravadoras.
Acho que os caras, enquanto banda, tiveram um papel importante na música brasileira atual, ao misturar de uma forma bacana rock com a MPB, fazendo essas duas vertentes caminharem um pouco mais juntas, e até acabando com preconceitos musicais de antigos roqueiros "true", que acabaram abrindo seus ouvidos para outras formas de música. Mas, eles mesmos disseram:
Todo carnaval tem seu fim.

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