segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Álcool ? não, obrigado...

Quem já ouviu uma música que diz: "eu bebo sim... estou vivendo, tem gente que não bebe e está morrendo"? É... interessante esse pensamento. Eu, porém, atualmente não compartilho muito dessa opinião. O fato é que não bebo mais. E acredito que essa foi a decisão mais sensata que tomei esse ano. Não que eu fosse dependente de álcool ou que tomasse porres homéricos todo santo dia, ou que entornasse caminhões de cerveja a cada festa que fosse. Muito pelo contrário. Mas sempre alternei fases em que ou bebia pouco, ou começava a tentar exagerar. E é aí que está o problema.
Nos dois últimos anos a coisa estava meio por aí. Quase todo fim de semana uma festa, um churrasco ou algo que fosse, e sempre um vinhozinho aqui, uma cervejinha ali, ou ambos juntos... Houve uma época que sté passei pela famosa "cana", também. Tudo isso muitas vezes de forma moderada, outras vezes nem tanto. Mas pelo menos sempre tive a sensatez de saber a hora que meu limite estava sendo atingido. Poucas vezes extrapolei, e disso não me orgulho nem um pouco.
Mas porque esse cara, que não é e nunca foi alcóolatra, está falando tudo isso? É que mesmo essa "biritinha pouca" já não me faz o menor sentido. Nem sei se fazia. Talvez fosse justamente pra encontrar um sentido, com o perdão da redundância e da repetição dessa palavra. Os motivos que levam uma pessoa a beber são vários: é a tal coisa de beber pra ficar pra ficar mais extrovertido quando se é mais reservado normalmente, beber pra ter coragem de fazer e falar certas coisas que não se faria por timidez em um estado sóbrio, e, se tudo der errado, colocar a culpa no estado alterado do momento... Outras pessoas querem e precisam ser aceitas em um determinado grupo, e, por isso, começam a beber um pouco além da conta (esse, graças a Deus, nunca foi meu caso)... cada um tem seu motivo. Fora os inúmeros casos de agressão e acidentes de trânsito causados pelo consumo exagerado de álcool. Essa substância também potencializa a agressividade em algumas pessoas, e isso pode trazer sérias consequências.
Mas, enfim, isso já não me faz a menor graça e, hoje, vejo sentido em outras coisas. Tenho tentado, inclusive ser mais Cristão, como já fui a algum tempo atrás. Apaguei algumas fotos que mantinha no álbum do Orkut, de uma festa que fui em 2005, o Hallowen do Budda Pub. Bebi pra caramba nessa festa... apaguei aquelas fotos porque já não correspondem mais ao que sou hoje. Aquele cara lá era outro. E estava passando um pouco da conta naquele tempo.
Muita gente, ao tomar conhecimento desssa minha decisão de parar de beber, tem reações diferentes: muitos criticaram, outros (poucos)se afastaram ( e pra esses não tô nem aí), muita gente aplaudiu. Mas não tomei essa decisão pra conseguir aplausos de ninguém. E já fazem quase sete meses que estou nessa.
E pra finalizar esse pequeno desabafo, vai uma frase de uma música da Legião Urbana que trata desse tema, o uso de qualquer substância pra se sentir bem, a busca por uma felicidade instantânea, ilusória e passageira. Essa música se chama a "Montanha Mágica" e o verso que mais gosto é o último, que diz: "deixe o copo encher até a borda, eu quero um dia de sol num copo d´água". O Renato Russo, pelo que sei, estava passando por uma crise de alcoolismo e uso exagerado de drogas na época que escreveu a letra, acho... bem, é por aí. A mensagem do verso é clara.
Torno a dizer que isso que eu escrevi é só um desabafo pessoal, não tenho absolutamente nada contra as pessoas que ingerem bebidas acóolicas (pois estaria sendo hipócrita), desde que estas não façam mal ao seu próximo quando num estado alterado.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

A questão do rock na atualidade

Realmente, de uns tempos para cá, o Rock tem me surpreendido bastante. Mas, ao contrário do que essa afirmação deixa transparecer, não é o rock mais atual. As bandas que tem me surpeendido ultimamente são as bandas mais antigas, como o The Clash, por exemplo, o qual muito ouvia falar, mas só tive real interesse em ouvir a algum tempo atrás. E descobri uma ótima banda. Isso sem falar de outras bandas e artistas "dinossauros" que tenho descoberto recentemente. E isso leva a um questionamento: e os artistas mais novos?
Sinceramente, pouco ou quase nada no novo rock chega a me surpreender ou gerar interesse. As únicas coisas um pouco mais interessantes que ouvi nos últimos anos são o Franz Ferdinand e o Strokes, e mesmo assim nenhuma delas me parece que salvará o rock. Talvez eu é que esteja ficando velho, chato, gagá e ranzinza, mas minha opinião é essa: atualmente parece haver um certo vazio no rock, uma certa falta de identidade das bandas, várias aparecem ao mesmo tempo (sintoma da Globalização e de novas tecnologias como a internet), mas parece que praticamente nenhuma delas tem algo substancial para acrescentar. E muitas desaparecem logo em seguida, sem realmente mostrar a que vieram. Nem mesmo as mais "Hypadas".
Hype. Taí mais uma expressão típica dos anos 2000 e do caótico mundo atual, onde a informção surge e se vai como ondas num mar ressacado. Num belo dia, uma banda aparece como a salvação da lavoura, a mais fodona ou algo que o valha, para depois ser notícia de ontem quando aparecer outra banda para ocupar seu lugar de "queridinha da imprensa musical e de MTV´s da vida."
Essa semana mesmo, num dos raros momentos em que ligava a TV na MTV, passou um comercial que dizia: "que Arctic Monkeys, que nada, a banda do momento é blá blá blá ( não me lembro o nome da tal banda do momento,pode?) do Reino Unido e etc. e tal..."
Trocando em miúdos: o Hype em cima de uma passou em detrimento da outra, pelo que pude entender. Mas nenhuma das duas chegou a me surpreender. E é porque são bandas fodonas da nova geração.
Até as bandas nacionais não escapam. De uma fornada de bandas que tem surgido por aí nos últimos anos, poucas me chamaram uma certa atenção, pra ficar nas que tem uma certa projeção: Cachorro Grande, Moptop, Mombojó, Nervoso e os Calmantes. Quatro bandas, dentro de um punhado de tantas que tem aparecido incessantemente. O resto me parece tudo igual, decalcado de velhas e novas fórmulas de parecer "diferente", "antenado" ou "alternativo". Não que as bandas que citei sejam a máxima expressão da originalidade. Muito pelo contrário, dá pra perceber nitidamente em todas elas de onde tiraram suas influências. Porém, e pelo menos para mim, essas bandas utilizam essas influências e fazem o que quase todo mundo anda fazendo de uma maneira um pouco mais... legal. Não sei definir isso.
Não sou pessimista daqueles que dizem que o "rock está morto", até porque também não sou do tipo que veste a camisa de gêneros musicais e os defende com unhas e dentes. Sou apenas um fã de música e, como tal, gosto de refletir sobre seus rumos e emitir meus juízos de valor. E espero, sinceramente,que não só o rock (e a música em geral, já que esse sintoma é bem abrangente) saia desse esvaziamento que estamos presenciando e que voltem a ter substância,voltem a ter graça, e artistas verdadeiros, na melhor acepção da palavra, como Chico Science, Renato Russo, Cazuza, etc. tornem a aparecer.
Nossos ouvidos agradecem.

sábado, 30 de junho de 2007

O recesso,fim, intervalo ou sei lá dos Los Hermanos

Nos últimos tempos, nos diversos veículos jornalísticos que tratam de música - e de rock- um dos assuntos mais abordados é o do "recesso por tempo indeterminado" dos Los Hermanos. Não só nesses meios, mas também em comunidades do Orkut e discussões entre as pessoas que gostam de música de uma forma além da mera audição no som de suas casas.
Bem, apesar de ser fã da banda em questão, acho que muito do que se veicula é muito barulho por pouco;quer dizer, as coisas atingiram, dependendo da onde se lê ou de quem fala, uma proporção quase cataclísmica, se é que essa é a palavra certa pra expressar meu raciocínio. Tem muita gente por aí amargurada, triste, revoltada pela atitude dos caras, pessoas que estão meio que sentindo-se traídas ou algo assim. Eu acho que não é por aí.
Prefiro manter uma opinião menos emocional em relação a esse assunto, opinião que muitas pessoas conhecidas minhas também tem, e que muitas delas chamam, com uma certa dose de exagero, de uma opinião "madura" ou "racional". Exagero mesmo: se eu fosse melhor que todo mundo e, portanto, mais "maduro" ou "racional", não estaria sendo mais um escrevendo e dando opiniões sobre esse assunto... iria falar de política, aquecimento global ou algo assim.
Bem, voltando ao assunto da pauta: eu acho que os caras tem todo direito a um descanso, já que não são ídolos inatingíveis de um panteão superior, e sim seres humanos comuns, cuja diferença é comporem ótimas músicas, ter quatro discos gravados e fazerem turnês por aí. E outra: quem garante que a inspiração faltou porque o "tesão" por estarem tocando juntos também arrefeceu? daí é melhor mesmo dar um tempo a lançar um disco burocrático para cumprir uma obrigação contratual com a gravadora e, portanto, colocarem no mercado um disco ruim, forçado.
E, se a banda acabou, também não acho motivo para desespero. A música brasileira, que já tem muito tempo não anda lá essas coisas, pode ter perdido uma ótima banda, mas sabemos que ganhou ótimos compositores que podem ter uma projeção bacana em suas respectivas possíveis carreiras-solo. Reforçando o que escrevi acima, é melhor que a banda acabe assim, no auge, do que tornar-se paródia de si mesma, como muitas bandas por aí tem se tornado. O lado ruim: vai ter muita banda-clone aparecendo por aí pra preencher o espaço deixado pelos Hermanos... com o aval ou não de gravadoras.
Acho que os caras, enquanto banda, tiveram um papel importante na música brasileira atual, ao misturar de uma forma bacana rock com a MPB, fazendo essas duas vertentes caminharem um pouco mais juntas, e até acabando com preconceitos musicais de antigos roqueiros "true", que acabaram abrindo seus ouvidos para outras formas de música. Mas, eles mesmos disseram:
Todo carnaval tem seu fim.

sábado, 9 de junho de 2007

Tempos de chuva


Quem mora em Natal já conhece aquela velha história: essa é, como o governo, a prefeitura e principalmente as agências de turismo gostam de chamar, "a noiva do sol"... mas , em determinada época do ano, é amante da chuva.

não que eu não goste de chuva. muito pelo contrário, eu até aprecio os dias chuvosos, desde que eu esteja em casa, resguardado de pegar uma gripe. Porque sair de casa em Natal num dia de chuva é um transtorno infeliz. A cidade praticamente não tem drenagem, basta chover cinco minutos e as lagoas começam a se formar, sem falar no nosso asfalto, há muito convenientemente batizado de "Sonrizal"... o asfalto que é igual a qualquer comprimido efervescente desses, que não pode ver água.

Bem, talvez os governantes queiram tornar Natal uma espécie de "Veneza brasileira", no afã de fazer dessa cidade cada vez mais cosmopolita para os turistas que vêm visitá-la. Nós, então,não estamos entendendo nada e ficamos reclamando, achando que é descaso, que a prefeitura não faz nada, essas coisas. Somos chatos,rabugentos e não compreendemos as boas idéias dos nossos governantes de tornar as crateras que aparecem nas nossas ruas pontos turísticos. No roteiro das agências de viagem vai constar como atrações: a Praia de Ponta Negra, o Forte dos Reis Magos e a Cratera do Alecrim.Isso pode ser bom até para as escolas, pois imaginem só, as crianças do primário fazendo trabalhos sobre a superfície lunar usando as ruas de Natal como exemplo. Só os proprietários de automóveis não vão gostar, pois buracos e pneus não foram feitos um para o outro...

Dito isto, só me resta retirar- me e ir terminar a construção de minha canoa e deixar por aqui mais um poema ridículo de minha autoria:


Hoje o céu desabou

e a cidade alagou

tudo vai virando um rio

ainda compro um navio

pois dia desses vira mar

e vai ser comum de maio a julho

o povo com roupa de mergulho

esperar tudo inundar


Todo dia eu fico preocupado

de ir trabalhar a nado

e aparecer afogado

numa matéria de jornal

enquanto eles vão de barco

assistir ao espetáculo

de ver cidadão desesperado

fugindo do temporal


E eles lá achando graça

rindo da nossa desgraça

e cada dia que passa

é só buraco e lamaçal

e São Pedro, que sacanagem

e a cidade sem drenagem

tem um rio na minha garagem

e um tubarão no meu quintal

domingo, 6 de maio de 2007

a falta da leitura e outras questões que ninguém tem paciência de ler a respeito

A foto acima serve a um triplo propósito: primeiro, provocar ao menos um riso pelo insólito da situação (espero que tenha conseguido...). Os outros dois seriam: ilustrar o post com algo relacionado ao tema que tentarei tratar. E, por último e não menos importante: a imagem é uma metáfora de pra onde está indo a educação basileira. É, pra aquele lugar mesmo.
O Brasil vêm atingindo níveis irrisórios, ridículos mesmo, no que tange a aferição de conhecimentos básicos de nossos estudantes em diversas pesquisas realizadas nas escolas. Estamos, infelizmente, entregando ao futuro uma geração medíocre.
Quem trabalha com educação vê de perto essa realidade: pessoas que não conseguem efetuar um cálculo simples e nem interpretar um único parágrafo de um texto, ou que, pasmem, só conseguem lê-lo quase soletrando as sílabas, mesmo estando quase no Ensino Médio! E pra quem está achando que isso só acontece nas escolas públicas, está muito enganado...
Se a escola pública reprova, não recebe verbas do Governo; se a particular reprova, não recebe verbas de outra fonte: os pais. Mas o resultado é o mesmo tanto em uma quanto em outra, vindo daí a explicação de os alunos evoluírem apenas no número da série.
Agora, porque esses alunos vêm tendo esse desempenho tão pífio? as causas são muitas e complexas, e tratá-las por completo resultaria num livro inteiro. Mas uma é fácil de ser identificada: a falta de leitura.
Se o aluno citado acima não consegue interpretar um parágrafo, muitas vezes é porque tem preguiça de lê-lo. Um parágrafo. Quem dirá um livro inteiro. E muita gente acha que ser alfabetizado por completo é só saber escrever e ler meia dúzia de palavras...
Não é segredo que alguém que é habituado a ler desenvolve uma consciência crítica, algo imprescindível para se ampliar a própria consciência de mundo, tão valorizada pelas modernas teorias educacionais...
Mas vivemos num país em que a leitura só é valorizada se for de comentários do Orkut, fotologs e fofocas de novela. E os adolescentes vivem num mundo de hedonismo sem fim, com uma ilusão de que a vida é uma festa que não acaba nunca... Diversão e festas é bom, todo mundo gosta e precisa. Mas tudo têm a sua hora e lugar.
Sim: estou colocando a responsabilidade disso também nos pais. Eles muitas vezes não incentivam a prática de leitura de seus filhos e pior: muitos perderam o controle sobre eles. A noção de limite está cada vez mais se tornando desconhecida. E isso se reflete na escola, nas atitudes e posturas dessas crianças e adolescentes em sala de aula. Quanto a isso, só tenho uma coisa a dizer a esses pais: sinto muito, meus amigos: o professor não pode fazer o trabalho que vocês não estão mais fazendo. Ele já tem trabalho demais tentando sobreviver.
Estamos formando uma geração medíocre, e isso é triste. E, pelo visto, esse país vai continuar medíocre. Muitos profissionais da área da educação já migram para outras áreas, pois não querem se tornar mártires do fracasso de nosso ensino. Os que permancem acima de tudo, são dignos de serem chamados de heróis, ou qualquer outro adjetivo semelhante.
Pois é, para quem leu esse texto até o final, só resta fazer uma coisa: voltar ao início do post e rir da cena insólita da foto e esquecer de todos esses problemas. Pois rir ainda é o remédio mais saudável que existe.


Se é que alguém leu isso até o final.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Mais alguns versos...

Continuando a "semana lírica" desse blog, posto hoje mais alguns versos (na verdade a letra de uma música que compus há algum tempo), que, apesar de um pouco toscos ( já que não sou nenhum Chico Buarque), modéstia à parte considero muito bonitos, e nem sei se consigo fazer algo assim novamente... o tema é reflexão sobre a vida: seus percalços, vitórias, derrotas, começos e recomeços. Tudo o que faz de nossa existência algo singular, ao mesmo tempo tão única e tão parecida com as de outras pessoas.
Espero que os que porventura estejam, de alguma forma, acessando essa página, gostem.
Lá vai:

Tão longe andei pra perceber
o quanto tenho caminhado
tantas vezes errei sem perceber
quando comecei errado

Que os ventos levem as dúvidas embora
e me tragam confiança de troco
que a noite traga os sonhos de volta
e me dê sono tranquilo de novo

Tanto tempo dormi pra perceber
o quanto eu estou acordado
pro mesmo espelho olhei sem perceber
que era eu quem estava quebrado

De um espelho partido pode-se colar os pedaços
meu mundo sempre dá voltas sobre os meus passos
hoje não me sinto tão sufocado
hoje até acordei mais feliz.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Stress

E o mundo gira, e o tempo passa,e sempre tem dias que a gente pensa que esse mesmo tempo está contra nós, e que as vinte e quatro horas são um limite muito exíguo para tudo o que o mundo exige de nós atualmente. E que exigências são essas? que você seja um profissional altamente capacitado e extremamente especializado, ao mesmo tempo em que deve ser também versátil. Que você seja bem-sucedido nem sempre fazendo o que quer e o que gosta, mas sim uma atividade que lhe permita uma renda alta, a qual você não terá tempo pra gastar. Já dizia o tio do Homem Aranha, "com grandes poderes vêm grandes responsabilidades." e se esses poderes forem grana... A competição está aí, e quem não se esforçar da forma que o atual mundo globalizado exige, vai ficar pra trás. Ficamos então inevitavelmente estressados, sobrecarregados.
Pensando nisso, fiz uns versos já faz algum tempo, mas que acho que vale a pena serem publicados por aqui:


Desabafo de um estressado

Quero ressuscitar a paz que jaz
intranquilamente no caos de nossos dias
fugir dos muros, do cimento que implicam
o pertencimento a uma vida tão vazia
não é a fuga da realidade
que nas poesias já tem algo de clichê
mas um momento de descanso,
de não pensar e não saber
de não ganhar e nem perder
de muito sonhar pra depois fazer

toda a tranquilidade desse mundo
para mim, estressado moribundo
e todo ócio criativo
que torne produtivo
o viver de cada segundo
pra que com a consciência de quem falha
voltar a lutar minhas batalhas
e com a pretensão de quem não erra
aprender a viver nesse caótico
e por vezes cruel
planeta Terra.

quinta-feira, 5 de abril de 2007

A fila

Entra na casa lotérica com a fatura do mês na mão. É daquelas pessoas que fornecem motivos para que o mundo continue a crer que nesse país tudo fica pra última hora. A data de vencimento da conta que têm em suas mãos também confirma esse mote, junto com as pessoas que estão na quilométrica fila. Alguns devem estar lá pelo mesmo motivo, pagar uma conta antes que o prazo de vencimento expire e os juros, os tão temidos juros, falem mais alto. Outros, por uma vã esperança de acertar sozinho os números da Mega-Sena acumulada, a tábua de salvação de todo pobre trabalhador dessa nação nem tão pobre assim, já que se dá ao luxo de fazer sorteios desse porte.
Olha o tamanho da fila. Pensa em desistir. Mas a data impressa na fatura é um argumento muito convincente pra ser ignorado. E os juros, estes sim, têm um poder de persuasão maior ainda.Ficou.
Começou a pensar em alguma estratégia para, digamos, minimizar o tempo em que permaneceria naquele local. Ou, mais especificamente, "furar a fila", o que significa tirar vantagem dos outros. Deveria ser mais esperto que eles, ser metódico tal qual um estrategista militar analisando a fraqueza de seus adversários, e aproveitar-se disso de melhor forma possível. Ou seja, deveria pensar numa forma de furar aquela fila, pagar logo a sua conta e ir embora. É a manifestação de um outro aspecto cultural identificado como somente nosso: o tal do "jeitinho brasileiro", o levar vantagem em tudo, e etc.
Observou o lugar atentamente. Não, não havia ninguém conhecido por lá para que pudesse puxar uma conversa e assim ir ficando, ficando, ficando, até chegar ao caixa. Pensou em outra estratégia.Talvez fingisse ser deficiente, entraria arrastando uma perna, mancando com a outra, ou fingiria ser doente mental. Não, definitivamente isso não ia dar certo. Não era lá o tipo que atuava bem.
Enquanto gastava seu tempo pensando em alguma coisa, viu uma jovem com uma criança de alguns poucos meses passar à frente de todos, pagar a sua conta e sair. Algum tempo depois, viu uma outra mulher, com a MESMA criança, passar a frente de todos, e, tal qual sua antecessora ( ou cúmplice, vai saber), pagar uma conta e sair, com uma expressão das mais cínicas no rosto. Cinco minutos depois, a cena se repete. Provavelmente pra não dar na vista, dessa vez a criança estava coberta dos pés à cabeça, restando aí apenas a abertura suficiente para que ela respire. Funcionou que foi um beleza, ninguém mais pareceu notar o estratagema. Parou pra refletir: uma fila grande é motivo suficiente para uma mãe "emprestar" seu filho para qualquer espertalhão? daqui a pouco essa mulher estaria com uma banquinha do lado de fora, cobrando pelo aluguel da criança a qualquer um interessado em furar uma fila. Aplicando a lei capitalista da oferta e da procura, poderia fazer disso uma fonte de renda, observando que há uma forte demanda por esse tipo de serviço. Afinal, quem nunca pensou em furar uma fila?
Outro espertalhão mandou um senhor bastante idoso, de uns setenta e poucos anos, pagar a sua conta. Esse então passou à frente, chegou ao caixa, mas nem conseguia direito contar as notas. O malandro então, numa generosidade calculada,ofereceu-lhe ajuda, contou as cédulas, pagou a conta e foi embora, na maior cara-de-pau, porém, dessa vez sob protestos gerais dos que perceberam a artimanha. Uns mais exaltados queriam partir para a brutalidade, e uma confusão geral se formou. No meio da balbúrdia, alguns aproveitaram a distração geral para se realojar em lugares mais convenientes da já desfeita fila, e o personagem principal desse conto, percebendo a oportunidade, também tratou de fazer o mesmo.
Confusão desfeita, o espertalhão foi embora quase ileso, porém impune. Aos funcionários do estabelecimento, só restou reorganizar a fila. E os que mudaram de lugar, esses sim, se beneficiaram com isso. O personagem principal dessa história ( a essa altura do campeonato, será chamado assim, já que não consegui pensar num nome convincente) agora têm somente cinco pessoas na sua frente, e sorri satisfeito sabendo que logo sairá dali, pois foi esperto o bastante para aproveitar uma oportunidade em benefício próprio.
Chega sua vez de pagar a conta. Já contava vitória. Se imaginava contando a sua proeza para os amigos, já se via gabando-se de sua esperteza e capacidade de se aproveitar da distração alheia.
porém...
Sabem como é, alegria de pobre dura pouco, como diz um outro mote muito usado por nós, brasileiros.
Subitamente, entra no estabelecimento uma quadrilha de assaltantes, rendem todos, pegam seus pertences, esvaziam os caixas e vão embora.
Azar dos diabos. Mas, fazer o quê? Agora só resta praguejar, falar todos os palavrões possíveis, amaldiçoar o destino, culpar a Lei de Murphy.
É outra velha estória: pra todo esperto só falta um besta, pra todo malandro há um mais malandro ainda e todo mundo é besta diante de uma arma.

quinta-feira, 29 de março de 2007

Falta de educação

O professor pára em frente à porta da sala de aula. mais uma vez, hesita. Sabe que os alunos mais uma vez não lhe darão a mínima atenção. Sabe que mais uma vez falará para as paredes, as únicas ali que parecem verdadeiramente interessadas no conhecimento que ele tem para passar. O estridente toque para a mudança de horário lhe parece como as sirenes que anunciam os bombardeios em filmes de guerra. E, com isso em mente, sente-se como se estivesse verdadeiramente em uma guerra. Lembra dos comentários do colega que acabara de deixar a sala: " hoje eles estão impossíveis!"
A hesitação continua.
Enfim, decide abrir a porta. Ao entrar, a mesma situação de todos os dias. A maioria de pé, transitando pela sala, muitas vezes correndo e arrastando as cadeiras que estiverem no caminho, outros entretidos com guerras de bolinha de papel ou com qualquer outra coisa que julgam mais interessante para o momento. Nem sequer notam sua presença. E se notaram, não se importam. Diversão antes, durante e depois, essa é a regra. Dane-se o estudo.
Respira fundo. Silenciosamente coloca sua pasta em cima da mesa e procura a caixinha do giz para passar para o quadro o assunto de hoje. Mas não há giz disponível para ele. Então nota que a guerra de bolinhas de papel foi substituída por uma guerra de giz. Um pedaço que não encontrara seu alvo cai próximo a seus pés. E o professor conclui que é com este pedaço que terá que escrever sua lição no quadro-negro.
Mais uma vez olha para a baderna à sua frente. Como resolver essa situação? Trinta e oito alunos dentro de uma sala de aula, trinta e oito personalidades distintas, trinta e oito pessoas que não têm ainda nenhuma noção do que a vida lhes reserva no futuro. E nem se importam com isso.
E ele, sozinho, para lidar com todos eles. É o que a direção da escola espera dele. É o que os donos do colégio querem dele. E é um serviço dos mais estafantes, para o qual é muito mal remunerado. Um contra trinta e oito. E nem deveria haver esse "contra". Não deveria ser assim. Mas era. Era e é.
Se é ele contra trinta e oito, é uma situação desigual. Ou uma batalha desigual, como queiram. Quem o ajudaria? Para a escola, aqueles trinta e oito alunos nada mais são que matrículas e mensalidades. E se não estão aprendendo direito, a culpa é do professor. E se ele não estiver fazendo o seu serviço direito, é rua. Mas como realizar um bom trabalho numa situação como aquela?
Não consegue parar de pensar que aqueles à sua frente são o futuro dessa nação. E um calafrio percorre sua espinha. Uma geração completamente despreparada para assumir os rumos desse país, que vai mais uma vez continuar a ser o que sempre foi.
Sente-se desesperançoso, deprimido,derrotado, impotente,perdido. Mal consegue segurar o pedaço de giz que pelo acaso de uma péssima mira lhe sobrou para escrever no quadro.
E decide não escrever nada. decide não falar nada, não forçar a voz, desiste de continuar com os inúteis pedidos de silêncio. Decide nunca mais dialogar novamente com as paredes. A partir de agora não acreditaria mais na educação, apenas na falta dela. Primeiramente sentiu que estava radicalizando, exagerando, mas depois passou a sentir-se à vontade com os novos pensamentos. Iria abandonar definitivamente a carreira de educador, retirar-se para um lugar isolado, fugir desse país com um futuro incerto.
E uma calma invadiu-lhe a alma. Toda o barulho, toda a balbúrdia já não lhe incomodava mais. Sentia-se leve, como se tivesse encontrado a solução para todos os seus problemas. Estava tudo claro. Tudo decidido. Era a única solução. Chega de pensar nos outros, de agora em diante só pensaria em si mesmo.
E então o sino tocou anunciando o fim da aula e todos os seus pensamentos se desfizeram imediatamente.
Até a próxima aula.
Se é que haverá.

quinta-feira, 15 de março de 2007

ARQUIVO CAOS CONTROLADO

Mas que história é essa de "arquivo caos controlado"? bem, há muito tempo atrás, eu tive um outro blog, também chamado "caos controlado", que foi minha primeira experiência em publicação de devaneios na web. como na época estava sem conexão com a internet em casa, dependendo das "Lans", acabei por deixá-lo de lado. Um belo dia, por curiosidade, digitei na barra de endereços o link do dito cujo, e, para minha surpresa, o finado blog não está tão finado assim... ou, pelo menos, não "saiu do ar"...
então, para deleite dos que visitam (?) essa página, disponibilizo abaixo o tal link, já que nos últimos dias não ando muito inspirado pra postar nada de novo por aqui.
pessoalmente, recomendo os textos sobre ansiedade, resoluções inúteis de fim de ano e um sobre nostalgia (o segundo texto, se não me engano).
sem mais delongas, o link:

http://caoscontrolado.blig.ig.com.br/

sábado, 3 de março de 2007

VERGONHA ( enquanto o Brasil se preocupa com o paredão da semana ...)


Vocês sabiam que os larápios de colarinho branco podem se safar definitivamente de processos contra eles? e que, em dez anos, nenhum deles, com excessão do PC Farias, foi condenado?Essa notícia saiu em diversos veículos de comunicação na semana passada, inclusive na Veja. Coloquei abaixo alguns textos que encontrei na internet a respeito do assunto.
Esse texto foi publicado no site do Estadão:

"STF pode livrar políticos de ações por improbidade
Votação definirá se ministros, governadores e prefeitos têm direito a foro privilegiado
SÃO PAULO - O Supremo Tribunal Federal (STF) deve votar nesta quinta-feira, 1º, uma matéria que definirá se ministros, governadores, secretários e prefeitos têm direito a foro privilegiado no julgamento de ações de improbidade administrativa.
Caso o STF entenda que agentes políticos não são passíveis desse tipo de ação judicial, cerca de dez mil processos por improbidade serão extintos. A decisão poderá livrar políticos como os deputados Paulo Maluf (PP-SP) e Antonio Palocci (PT-SP), o ex-governador Orestes Quércia (PMDB-SP) e o senador e ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL).
De acordo com a Lei de Improbidade Administrativa, de 1992, agentes políticos suspeitos de corrupção, enriquecimento ilícito e desvio de dinheiro público não têm direito a foro privilegiado. Por esse motivo, podem ser condenados a pagamento de multa, ressarcimento de valores desviados e perda dos direitos políticos.
Se o STF optar pela extinção da lei, ministros, governadores, secretários e prefeitos poderão ser processados apenas pelo crime de responsabilidade, que prevê sanções mais brandas e, em alguns casos, são julgados em assembléias ou câmaras. "



E esse outro texto, achei no site mídiaindependente.org:

"Fonte: G1 Última condenação foi a de PC Farias, em 1994. Tribunal pondera que as ações penais são mal instruídas. O mandato parlamentar é garantia quase certa de uma vida sem complicações penais com a Justiça. É o que indicam os julgamentos dos últimos dez anos de processos criminais envolvendo políticos no Supremo Tribunal Federal (STF) _instância máxima do Judiciário brasileiro que tem a competência de julgar ações penais contra presidentes da República, senadores, deputados e ministros. De 1996 até 2006 o STF julgou definitivamente 29 processos penais contra políticos que têm direito a foro privilegiado. Nenhum foi condenado. Dos 29 processos criminais, 13 prescreveram - deixaram de existir, porque acabou o prazo em que a pessoa acusada podia ser punida pelo crime. Em outros dez casos, a ação foi encaminhada pelo STF para instâncias inferiores. Nas seis restantes, os acusados foram absolvidos. São casos de desvio do dinheiro público, formação de quadrilha, gestão fraudulenta, lesão corporal, crime contra a honra, crime eleitoral, danos ao patrimônio, sonegação fiscal e até uma acusação por furto de água em São Paulo. O último caso de que se tem notícia de condenação no Supremo é de 1994. O ex-tesoureiro de campanha do ex-presidente Fernando Collor, Paulo César Farias, o PC Farias, recebeu pena de sete anos do STF. Mas PC Farias foi morto em 1996. "


E tem gente preocupada com o paredão do big brother...

domingo, 25 de fevereiro de 2007


Pois é... a polêmica em torno desse assunto está muito longe de acabar. Algumas das questões mais polêmicas em torno do tema: A pirataria é prejudicial à saúde da nação, já que o resultado econômico da atividade cultural representa, aproximadamente, 6% do PIB brasileiro? A Pirataria é uma prática nociva que dará fim a cultura artística e a propriedade intelectual onde quer que ela exista?A venda de produtos piratas pode ser considerada uma fonte de sobrevivência de (algumas)pessoas que não tem outra perspectiva além de vender Cds e DVD´s falsificados (os camelôs)? ou é apenas o reflexo de um aspecto cultural de nosso povo, o "querer levar vantagem em tudo?"Segundo o site socinpro.org, 'A cada dez Cds vendidos, cinco são piratas, e outros tantos são copiados pela internet. É a chamada Pirataria digital". Opa, peraí: quer dizer que se eu baixar pela internet um Cd que eu não acho em loja alguma eu estou cometendo um crime?
Vejam bem,não estou querendo fazer apologia alguma da pirataria, só estou apontando questões para discussão ( e não são poucas...), com o máximo de imparcialidade possível.
A questão da pirataria no nosso país tem uma causa óbvia: o gritante descompasso entre a renda do brasileiro e o preço de um produto como um Cd, um Dvd ou um software original (Quem aqui nunca comprou um Dvd pirata que atire a primeira pedra!). Ok, então é só baixar o preço desses produtos que a pirataria acabará. Infelizmente eu descobri que a coisa não é tão simples assim...
Esses produtos vão ficando cada vez mais caros por causa da perda dos lucros das empresas, devido ao grande aumento da oferta de produtos piratas... Ou seja: nessa lógica, o produto vai encarecendo por causa da pirataria e as pessoas compram os produtos piratas porque os originais são caros, o que gera um ciclo vicioso gigantesco. Eu mesmo acho um absurdo alguns Dvd´s custarem em média R$ 60,00. Tem um cara ali que vende a R$ 5,00. Tentador não?Vejam só onde a situação vai parar...
Mas tem o outro lado da questão: os tempos são outros, o paradigma das coisas está mudando radicalmente e de uma maneira cada vez mais rápida e vertiginosa: O advento da internet, o acesso rápido a uma quantidade enorme de informação, a digitalização dos filmes e da música, que acabam por não necessitar mais de suportes físicos (o Dvd e o Cd), os sites e programas especializados em compartilhamento de arquivos. Há ainda a questão da música independente, mas isso é coisa para outro post...
Ou seja: está claro que a indústria cultural, nos moldes de hoje, está condenada ao desaparecimento caso não se adapte às características dos novos tempos, que até o momento vêm favorecendo os "piratêros". Porém, isso não é uma resposta definitiva para o problema, já que gera mais um monte de questões: caso haja essa adaptação, como ela será? A pirataria diminuirá ou terá seu fim decretado? E a propriedade intelectual, como ficará? que tipo de cultura a internet está forjando para o futuro? As locadoras de vídeo vão acabar?Eu deixarei de ser considerado um meliante ao baixar discos pela internet?
Pois é, ô mundo complicado, esse...

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007


Sobre o big brother



É sempre assim: começa uma nova edição do Big Boster (digo, brother) Brasil,e a reboque vêm as clássicas discussões sobre o que tal programa realmente traz (se é que traz alguma coisa) pra sociedade brasileira. Não pretendo com esse post entrar no âmago da questão, mas numa dessas conversas, um comentário irônico me chamou a atenção: alguém soltou que preferia assistir a um programa com um monte de amebas, já que o teor das conversas dos participantes de todas as edições revela um nível intelectual semelhante ao de um protozoário... ou seja, não haveria diferença alguma. Longe de mim querer compactuar totalmente com a opinião do citado colega sobre o programa, mas não pude deixar de imaginar o que aconteceria se a Globo aceitasse a sugestão e colocasse amebas e outros microorganismos em uma futura edição do programa:
1)Amebas posariam para revistas científicas, aumentando suas vendagens a um nível inédito;
2)Amebas apresentariam programas de televisão, atuariam em novelas e seriam chamadas pra programas de entrevistas, opinando sobre diversos assuntos;
3)Amebas gravariam discos que imediatamente se tornariam verdadeiros best-sellers da fina produção musical brasileira atual;
4)Amebas se tornariam capas de revistas de celebridades:" bomba: a ameba vencedora do último BBB flagrada com o esquitossomo da novela das oito".
5) Trabalhos de biologia utilizariam como fonte cenas do BBB, elevando tal programa ao nível de cultura essencial ao aprendizado escolar, acabando com as discussões citadas acima e frustrando a todos nós que detestamos esse programa; Se isso acontecer,vamos ter que procurar outra coisa pra falar mal...
Se você conseguiu ler esse texto até aqui, deve estar achando duas coisas: que isso tudo é uma lezeira sem limites ou um cenário extremamente surreal. Mas, se observarmos atentamente como as coisas estão no nosso país...
Conclusão: vamos deixar as coisas como estão, pois pode piorar. E muito.
Conclusão realista : A melhor solução é desligar a TV, já que em outro canal a situação não muda muito. E fim de discussão.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

caos controlado 2 o retorno do que nunca exatamente foi

E lá vou eu tentando fazer mais um blog... mas porque fazer um blog? será que alguém vai gastar uma fração de seu tempo para ler o que estará escrito aqui? será que consegurei atualizar com uma frequência que não deixe meus futuros milhões de leitores roendo as unhas à espera do próximo post? conseguirei elevar a literatura brasileira a um novo patamar, influenciando toda uma nova geração de escritores-filósofos-poetas?
Indagações, pretensões e brincadeiras à parte, a razão pela qual estou criando mais um blog é pela necessidade de escrever. Minha mente é uma usina de idéias, algumas boas, outras nem tanto, muitas execráveis. A necessidade por uma válvula de escape para essas idéias (as que prestam e as que não prestam)é muito grande e um blog cumpre bem esse papel.
E aí veio a maior dificuldade: achar um nome pra esse blog. Na hora de criar um, a tal "usina de idéias", que não é nem um pouco infalível, tal como Chernobyl, entrou em colapso. não queria ter que repetir o nome do blog anterior, que também se chamava caos controlado. apesar de gostar do nome, sempre tive a impressão que ele parecia indicar que aquele era um blog de um físico, um cientista, ou algo do tipo.
Dessa vez queria um nome que fosse mais fácil, menos rebuscado e tal. pensei logo num óbvio "blog do zeca". descartei em seguida pela razão de ser - repito- óbvio demais, já devendo até existir um por aí. Me sugeriram "coco rachado", mas descartei imediatamente pela pronúncia do mesmo, que, dito por alguém com um mente poluída e mal-intencionada, pode ficar " co cú rachado"...
De repente colocariam uma censura de 18 anos pra esse blog, pois, com um título desses, iriam achar que o conteúdo era outra coisa...
obviamente, "coco rachado"não é um bom nome.
Pensei em "budega", mas lembrei que um amigo já tem um blog com esse nome. Se for pra plagiar, prefiro plagiar a mim mesmo, pois assim evito o risco de um processo judicial por direitos autorais...
E assim, pressionado pela falta de criatividade e pelos nomes esdrúxulos, cheguei à original solução de que deveria realmente me auto-plagiar a mim mesmo, batizando esse blog de...
caos controlado.
Não tem jeito, esse nome expresa tudo o que eu quero que esse blog venha a ser. além do mais, percebi que expressa também a minha própria personalidade: quem me conhece diz que eu sou um cara extremamente calmo, ponderado, equilibrado, a discrição em pessoa, mas esterótipos e reducionismos são perigosos, pois me considero tão caótico quanto qualquer ser humano. O que faço é apenas tentar controlar esse caos em prol de minha sanidade e da boa convivência com as pessoas.
Caos controlado.
E, finalmente, pesquisando velhos disquetes encontrados em uma longa expedição arqueológica em uma gaveta, achei o esboço do que veio a ser o primeiro post do antigo caos controlado. já que mantive o nome e a idéia, nada mais justo que copiá-lo aqui:
Pois bem: pra começar, vai uma decrição desse espaço e a explicação para a contradição do nome: aqui serão postadas, na medida do possível, mensagens com diversos tipos de assunto, dependendo do que estiver pairando na minha mente insana no dia, na semana ou no mês.Música, Cinema, Política,universos paralelos, culinária,fórmulas matemáticas,física quântica,minhas dissertações de mestrado e teses de doutorado, bobagens, etc.etc. ou seja, um caos de diversos assuntos e vertentes, mas com o devido controle e ponderação pra bagunça não ficar tão grande assim, pois como diria um sábio, "tudo demais é muito."
Caos controlado, portanto.
Espero que esse blog seja bem frequentado e comentado, ou ao menos que seja frequenado, pois, sem isso, ele perde metade de sua razão de existir.
Um abraço a quem estiver lendo e até o próximo post.